Funaro x Cunha, quem delata primeiro
Guilherme Kalel
Redação Online
Por Kester 10 G
14/07/2017
A situação do Presidente Michel Temer não é uma das mais favoráveis neste momento.
O Presidente, que achava ter absoluto controle sobre sua permanência no cargo viu se sucumbir em meio a derrotas nos últimos dias.
Atingido por fogo amigo em maio, com a delação da JBS, Temer não tem boas noites de sono desde o dia 17 daquele mês.
Está convivendo com a incerteza de ficar ou sair do cargo, ainda mais depois que a Procuradoria Geral o denunciou por corrupção passiva.
Para tentar arquivar as denúncias, Temer tentou articular na Câmara uma votação favorável.
Mas de novo, atingido por fogo amigo, viu o deputado Sergio Zveiter, de seu próprio partido, fazer um relatório que pedia continuidade da denúncia.
Imediatamente, o Presidente tratou de articular mais, então distribuiu cargos e emendas e garantiu a derrota do parecer de Zveiter na Comissão de Constituição e Justiça.
Com isso um novo relator, já com parecer nas mãos, foi nomeado.
Paulo Abi-ackel, foi o escolhido. Do PSDB de Minas Gerais, o deputado é aliado de Temer e aí fez a lição de casa.
Os parlamentares aprovaram o seu relatório que recomenda rejeitar a denúncia.
Mas a palavra final é do plenário, então Temer queria a votação urgente, para a semana que vem.
Mas outro fogo amigo o abateu. Agora, Rodrigo Maia, Presidente da casa de leis, não quis atender aos apelos do Presidente.
Em reunião de líderes, ouviu sugestões e acabou aceitando deixar a denúncia a ser votada depois do recesso parlamentar.
Muito pior para Temer, que agora vai ter outro problema pela frente.
Nos bastidores da lei, o ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lucio Funaro, estão em constante disputa com a Procuradoria Federal.
Eles negociam uma delação premiada, mas só um deles é que vai se transformar em delator.
Resta agora saber, qual dos dois tem mais material para que a Procuradoria possa usar.
Apesar de tudo ser muito imprevisível no cenário politico, a expectativa é que Cunha vença a disputa.
E de novo, ele é fogo amigo de Michel Temer.
O Presidente e o ex-deputado, estiveram juntos em diversos momentos, desde 2012.
E foi Cunha quem ajudou na candidatura de Michel, a vice na chapa de Dilma em 2014.
Mais, foi Cunha quem foi um dos primeiros dentro do PMDB, a liderar um movimento de saída do governo quando Dilma começou a se perder.
Tanto que o parlamentar a época, por ser presidente da Câmara, anunciou rompimento com o governo, meses antes de autorizar o processo de Impeachment de Dilma.
Há muito a se falar, e para Temer isso não é bom.
Até agosto, Cunha ou Funaro devem fechar uma delação, e na disputa de quem fala primeiro, Michel Temer espera ser atingido em cheio no fogo cruzado.
guilherme@kester.net.br