Guerra cibernética - Hackers dão prazo de 24h para seita revelar paradeiro de programadora desaparecida

Guerra cibernética - Hackers dão prazo de 24h para seita revelar paradeiro de programadora desaparecida
Caso exigência não seja cumprida, grupo promete revelar dados sigilosos em retaliação
Polícia diz que este não é o caminho mas reconhece que não pode impedir ataques
Eduarda Sampaio e Larissa Mariana
Reportagem Especial
Por Kester 10 G
29/07/2017


Ainda estão ocorrendo desdobramentos referentes ao desaparecimento da programadora de computadores Ana Claudia Santos, sumida desde quarta-feira, 26 de julho, revelado pela Reportagem Kester 10 G nesta sexta, 28.
Na tarde deste sábado, 29, diretores da seita religiosa que está sendo investigada por suspeita de estar envolvida no sumiço da programadora, receberam ameaças.
Elas vieram de um grupo de Hackers, conhecidos de Ana Claudia, e que deram o prazo de 24h para que a seita revelasse o paradeiro da jovem de 25 anos, grávida de 6 meses.

Os Hackers enviaram mensagens via texto e Whatsapp, para cada um dos dirigentes da seita, nas quais alegam que se até as 18h deste domingo, 30 de julho, Ana Claudia não for encontrada, eles revelarão via Web, documentos sigilosos da igreja.
A doutrina sofreu um ataque cibernético no final de junho e documentos acabaram caindo nas mãos desses Hackers.
A quem diga, que o ataque foi executado por Ana Claudia, que apesar de programadora também era Hacker e fazia parte do grupo que agora ameaça a doutrina religiosa.

"Estamos prontos para irmos a guerra, em nome de nossa companheira. Então pedimos que a entreguem em segurança de onde a tiraram", diz trecho da mensagem.
O Grupo Kester teve acesso a informação, depois que a delegada do caso foi informada por um dos diretores da seita da mensagem que recebeu em seu telefone pessoal.
A mensagem foi encaminhada perto das 17h40 de hoje, e de um número código irrastreável, disse a delegada.
Para a polícia esta não é a melhor saída, e não é atacando que se obterão respostas.
Mas a policial reconhece que não há meios de impedir esses ataques.
"Este grupo de Hackers, pelo que soubemos até agora, é muito bem articulado e possue membros dentro e fora do Brasil.
Ainda que seja errado o ataque, não podemos os impedir, mesmo porque só querem a companheira de ações deles de volta."

A polícia registrou uma queixa de um dos diretores, que se sentiu ameaçado com a mensagem.
No boletim, ele disse que a seita não tem condições de devolver a moça porque não está com ela.
Disse ainda, que teme que sejam veiculadas informações falsas, usando documentação timbrada retirada dos sistemas da seita, depois que o ataque aconteceu.

A seita religiosa confirmou ter sofrido um ataque Hackers no fim de junho de 2017, e de saber que a autora dos ataques foi Ana Claudia Santos.
Uma das integrantes disse por telefone a Reportagem de Kester 10 G, que foi ao apartamento de Ana, para tentar conversar com ela e pedir que ela não liberasse os dados.
Eram segundo ela, balanços e documentos da administração, que nada tem importância mas que poderiam provocar um colapso no setor financeiro da seita se fossem revelados.
Dados bancários poderiam ser expostos e qualquer pessoa com má índole poderia prejudicar a seita religiosa segundo o relato dela.
Segundo a integrante da doutrina, Ana foi procurada para receber uma proposta financeira, de quanto queria receber para ir embora de São Paulo, e devolver os dados que roubou.
Na primeira vez ela teria concordado com a quantia de R$ 5000,00 para ter a sua criança, mas depois voltou atrás e pediu um valor maior.
Através de sua rede social, conversou com um dos diretores da seita e pediu uma alta quantia para deixar a historia passar.
A seita acredita que ela tenha ido embora, vez que teve a quantia transferida para sua conta na tarde de quarta-feira, 26.

Para a polícia, consultada pela Reportagem, a informação não é crível.
"Ela pode ter acesso aos dados, e ter recebido a proposta de silêncio por eles, mas não é verdade que recebeu a quantia", disse a delegada.
A policial explicou que a conta dela foi rastreada, e que não há movimentação bancária desde 2 de julho.