Os mitos e a verdade sobre a Fosfoetanolamina
Mariana Monary
Reportagem Especial
04/05/2017
No Dia Kester de Combate a Canceres, aproveitamos para falar sobre um dos medicamentos mais conhecidos sobre tratamento natural de canceres da atualidade.
Tornou-se de conhecimento público em 2015 e se transformou em polêmica nacional.
Mas o que é, como funciona e o que realmente faz a Fosfoetanolamina?
A droga sintética foi desenvolvida por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Campus São Carlos, no interior do estado de SP.
Ao longo de quase 20 anos, foi distribuída de maneira gratuita e em cápsulas, como cura para canceres em fase de testes.
No ano de 2015, acabou caindo no conhecimento público sobre os benefícios comprovados por quem usou a medicação.
Isto aconteceu, depois que um homem que aprendeu a manipular a Fosfo, como é conhecida, tentou fazê-la em casa para ministrar para a mãe em Santa Catarina e acabou preso.
O medicamento tornou-se de domínio público e as pessoas começaram a procurar a USP para o pedir.
A demanda foi tanta, que mais cápsulas precisaram ser produzidas e o laboratório não estava dando mais conta da produção.
O medicamento não foi aprovado pela Anvisa, não está autorizado a ser fabricado e nem teve testes registrados apesar do tempo de uso, mais de 20 anos por pacientes oncológicos.
Por causa disso, a Anvisa embargou a fabricação da medicação.
Ações judiciais começaram a ser interpostas, com ganho de causa para os autores, obrigando a USP a produzir e entregar a medicação as pessoas.
Mas isso ocorreu por pouco tempo, pois uma liminar do Tribunal Regional Federal de São Paulo, cassou a primeira decisão.
Politicos começaram a se movimentar em favor da Fosfoetanolamina, depois de verem a publicidade que o medicamento causou.
O governo decidiu estudar a droga e montou uma frente de pesquisas federais para verificar sua eficácia.
Mas em vez de testa-la já em humanos, iniciou as pesquisas em vitro, deixando o projeto em estaca zero.
O governador de SP Geraldo Alckmin, também iniciou um estudo no Instituto do Câncer na capital paulista.
Mas este já com humanos, em estágio avançado para saber a eficácia da droga.
A ex-presidente Dilma Rousseff, liberou ainda em 2015, o uso da Fosfoetanolamina.
Em uma portaria, Dilma autorizava a fabricação, desde que em laboratório credenciado ou farmácia de manipulação devidamente registrada na Anvisa, desde que a medicação fosse comprada pelo paciente ou familiares, e que eles assumissem os riscos.
Uma liminar do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a portaria presidencial dias depois, quando a ação foi interposta por médicos e laboratórios de medicamentos.
Desde então, os estudos seguem mas ainda estão longe de serem terminados.
Na esfera federal, as universidades dizem que ainda não encontraram motivos para liberar a medicação.
Em São Paulo, o Instituto do Câncer diz ao contrário.
Não é 100% como diziam as primeiras noticias sobre o caso, mas ela pode ser eficaz em muitas ocasiões.
Uma nova chance para pacientes em especial que estão já perto do fim da doença e que querem viver um pouco mais. Esperança de não apenas cura, mas de uma sobrevida maior, com mais dignidade, sem dores e sem efeitos colaterais.
A Fosfoetanolamina não demonstrou quaisquer efeitos contrários ao paciente que a usou.
Mas hoje, só pode ser ministrada em pacientes que estão dentro do grupo de pesquisas, não sendo mais fornecida pela USP.