Politicos querem afastamento de Michel Temer após delações da JBS

Politicos querem afastamento de Michel Temer após delações da JBS
Presidente disse nesta quinta que não vai renunciar
Ester Marini
19/05/2017


Nesta quinta-feira, 18, o presidente da república do Brasil Michel Temer, realizou um rápido pronunciamento a jornalistas no Palácio do Planalto.
No discurso, ele disse que não pretende renunciar em razão da delação premiada dos irmãos Batista, donos da JBS.
O presidente disse que não teme delações, e que vai mostrar ao povo e ao Supremo Tribunal Federal, que não tem nada a esconder.
Ele ainda cobrou celeridade as investigações no STF, alegando que as gravações clandestinas foram obtidas em um tempo recorde de delação, e que quer a mesma rapidez para apurar os fatos divulgados.

Depois de seu pronunciamento, a repercussão do caso seguiu em Brasília dentro do universo politico.
Para a maior parte do Congresso, Michel Temer perdeu as condições de governabilidade.
Se o presidente não sinalizar num ato de renuncia, com total certeza ele pode sofrer um processo de Impeachment, afirmam os parlamentares.
A base do presidente está desgastada, o PPS foi o primeiro partido a sinalizar a saída do governo, um de seus ministros já entregou o cargo, mas o outro disse que se manterá.
Já o PSDB, que também foi manchado pelas delações, envolvendo Aécio Neves, sinalizou no começo de quinta-feira, sua saída do governo Temer.
No final do dia, isso ainda era incerto. Há dois movimentos dentro do partido, enquanto a bancada na Câmara quer a saída, a cúpula do partido defende sua permanência.
Outros partidos como Rede, PT, Psol, criticaram a atitude de Temer e disseram que o presidente não age de forma grande ao não renunciar.
Eles apontam que a crise vai se agravar ainda mais, porque Temer se apegou ao poder.

Com um congresso ruído, e uma pauta agora travada pela crise institucional que se instalou no Brasil, resta saber o que Michel Temer fará, ou como ele sairá desta crise.
Na noite de quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal divulgou o áudio em que Temer é gravado com Joesley Batista.
A conversa não trás nada de concreto, nada de ilegal, mas mostra o presidente ouvindo Joesley confessar crimes, e demonstra que ele não reage diante aos dizeres do empresário.
Para muitos, Temer deveria ter mandado prendê-lo imediatamente ao ouvir a confissão.
Sobre o pivô de todo escândalo, a compra do silêncio de Eduardo Cunha, o áudio não é claro.
Joesley diz que está de bem com Eduardo, e Temer o responde que deve continuar assim, mas em nem um momento claramente pede para ele pagar Cunha por seu silêncio.