Com mandato em risco, Presidente viverá dias incertos até junho
Guilherme Kalel
17/05/2017
Nesta terça-feira, 16, o Tribunal Superior Eleitoral, marcou para os dias 6, 7 e 8 de junho, o julgamento da chapa Dilma Temer.
O processo é resultante de uma ação proposta em 2014 pelo PSDB, 2 meses depois das eleições presidenciais em que os tucanos foram derrotados pela então presidente Dilma Rousseff, e seu vice Michel Temer.
No processo, o PSDB acusa o governo de influenciar na campanha eleitoral, e de usar recursos vindos de pagamento de propinas da Odebrecht, em contratos com a Petrobras, num esquema de caixa 2 na campanha
presidencial.
Dilma sempre negou essas irregularidades, mas ao julgar pelos acontecimentos recentes, fica cada vez mais claro que ela sabia de tudo que se passava, e concordou.
Michel Temer por sua vez, diz que manteve suas contas em separado da petista, e que se houveram irregularidades, não foram praticadas por sua parte.
Embora delatores citem o presidente atual do Brasil em suas delações, o fato é que ainda não existem provas concretas de que ele também usou esses recursos.
Dilma perdeu seu mandato, mas manteve os direitos politicos no ano passado, com o processo de Impeachment.
Se for condenada agora pelo TSE, vai perder esses direitos por 8 anos.
Já Temer, caso venha a ser condenado, perde o mandato presidencial.
Desde 12/05/2016, Michel Temer é presidente do Brasil.
Começou como Interino e se tornou efetivo em 31 de agosto daquele ano, com a cassação de Dilma.
Neste período, Temer pegou um país quebrado, com todas as suas contas no vermelho e totalmente desacreditado pelo mercado internacional.
Teve ainda que lhe dar com as crises internas de seu governo e de seus Ministros, principalmente no tocante a investigações da Lava Jato.
Em tese, o presidente se saiu bem.
Aprovou no Congresso depois de muitas negociações, um pacote que limita os gastos públicos por um prazo de 20 anos, e que pode ser modificado em 10.
Aprovou na Câmara a reforma trabalhista, que agora está sob análise do Senado.
E está em discussão a reforma da Previdência, tão necessária para o país.
Temer ainda foi além, evitou aumentar impostos, fez uma operação pente fino em benefícios previdenciários, e no Bolsa Família.
Criou novas metas para serem traçadas e na economia foi fazendo o mercado acreditar no Brasil de novo.
O país começa a sair da recessão, apontam especialistas.
A taxa de juros decaiu, algo que não acontecia desde 2014, quando ela só subia.
Apesar disso, estados e municípios seguem em crise.
O governo federal tenta auxiliar estes, com projetos que possibilitem suas regularizações junto a União e ao INSS, de débitos ativos.
Temer trabalha muito, não há o que contestar.
Sim, pode ser que tenha desviado recursos, pode ser que tenha recebido dinheiro de corrupção e precisa ser punido se isso se comprovar verdade.
Mas a veracidade incontestável dos fatos, é que não fosse Michel Temer e sua equipe econômica, a situação do país hoje poderia ser diferente e dramática.
Dilma teve quase 6 anos no poder, e não enxergou os sinais claros de problemas que batiam, que gritavam a sua porta.
Em 1 ano, Temer enxergou e modificou cada um desses sinais, buscando mudança.
O documento apresentado pelo PMDB em 2016, chamado "Uma ponte para o futuro", tratava disso.
Colocar o país nos trilhos para que próximos presidentes não tivessem que lhe dar com a destruição em massa deixada por Dilma e sua péssima administração afrente do país.
Ainda que o próximo presidente pudesse ser Lula, e que isso recomeçasse, o PMDB e Michel Temer teriam feito a sua tarefa de casa.
Mas agora, agora isso tudo está em risco.
Temer pode perder o mandato presidencial, se condenado pelo TSE.
E tudo que ele fez em 1 ano de governo, pode estar ameaçado.
Como já se fazem 2 anos das eleições, o mandato presidencial não é decidido numa nova eleição direta.
É o Congresso Nacional que vai escolher um novo presidente da república, para um mandato tampão.
Este ficaria no poder, de junho de 2017 a dezembro de 2018, porque a partir de janeiro de 2019 o país teria um novo presidente eleito nas urnas.
Seria uma inédita terceira troca de presidentes caso acontecesse a cassação de Temer.
Quem seria o presidente?
É difícil afirmar quem seria o presidente do Brasil, se Michel Temer deixasse o poder.
O novo presidente precisa ter acima de 35 anos de idade e ser filiado a um partido politico, e ser indicado pelo mesmo para concorrer.
Senadores e deputados, votam entre os candidatos que se apresentarem. O mais votado da lista, é eleito e empossado como presidente do Brasil.
Qualquer um como mencionado a cima, pode ser candidato.
E poderia se recandidatar em 2018, porque não estaria exercendo mandato por 8 anos consecutivos.
O país poderia cair no colo de alguém, que melhorasse alguns aspectos. Ou poderia sair ao contrário, caindo em alguém que destruísse tudo que Michel Temer já fez.
A opinião deste Jornalista, compartilhada pelos integrantes Kester.
Michel Temer não deveria perder o mandato presidencial.
No poder até o fim de 2018, concluiria as necessárias ações para que o país voltasse a crescer, e repassaria o bastão para outro presidente, que seria eleito pelo povo de maneira democrática.
Quando Michel Temer assumiu o país, petistas defendiam que ele não era um presidente eleito legitimamente. Estavam enganados. Ele legitimou sua eleição sendo vice de Dilma Rousseff.
E um vice, assume o lugar do efetivo quando este está impossibilitado por qualquer ação.
Assim sendo, o presidente eleito pelo Congresso, este sim seria ilegítimo.
Representaria a vontade dos deputados e senadores, que apesar de nos representar, não são a nossa opinião.
Os nomes dos eleitos não seriam submetidos ao crivo do povo, o que classificaria-se como sim, um estranho esquema de manobras contra a democracia.