Temer vai ao STF pedir suspensão de inquérito que o investiga
Gravações feitas por Joesley Batista são clandestinas e montadas, afirma presidente
Ester Marini
De Brasília
20/05/2017
O presidente Michel Temer realizou na tarde deste sábado, 20 de maio, mais um pronunciamento a jornalistas direto do Palácio do Planalto.
Foi o segundo pronunciamento realizado por Temer em 3 dias, o que mostra ações do governo para tentar se manter de pé.
Michel Temer voltou a afirmar que são mentirosas as delações dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS.
O presidente disse que enquanto o Brasil enfrenta uma grave crise politica, gerada pelas mentiras da delação, os donos da JBS desfilam livremente pelas ruas de Nova York.
O presidente disse, que as gravações foram clandestinas e sofreram edições, o que foi citado hoje em reportagem de jornal.
Temer ainda disse que em nem um momento, como fica claro na conversa gravada, autorizou ou deu aval, para compra de silêncio de ex-deputados.
Não se sustenta portanto, o depoimento do empresário Joesley Batista, dado a Procuradoria da República em que o incrimina, disse o presidente.
Michel Temer falou, que vai ao Supremo Tribunal Federal, pedir que o inquérito que o investiga seja suspenso, até que peritos possam comprovar a autenticidade das gravações apresentadas por Joesley em sua delação.
O presidente disse que recebeu o empresário em casa, assim como recebe muitos politicos e outros empresários, assim como fala com jornalistas ao telefone tarde da noite.
Mas que isso não revela nem uma conduta criminosa, não é obstrução da Justiça nem corrupção.
Falou ainda, que durante a conversa com Joesley, escutou o que ele falava sem dar fé a palavra, porque o empresário é conhecido por ser falastrão.
O pronunciamento de Temer durou cerca de 12 minutos, e foi antecipado.
Inicialmente a expectativa é que ele falasse a noite a respeito do caso.
A delação da JBS, homologada pelo STF na quinta-feira, 18, e divulgada um dia antes pelo Jornal O Globo, colocou fogo em Brasília.
Michel Temer tem enfrentado a mais grave crise politica de seu governo desde então, e tem perdido espaço e aliados nesta onda.
O PSB, informou nesta tarde que está deixando a base de apoio ao governo Michel Temer, e que vai pedir a renuncia do presidente.
O partido foi um dos 8, que assinou uma petição conjunta pelo Impeachment de Michel Temer, na sexta-feira, 19.