Delação de Mônica Moura coloca Dilma sob risco
Ex-presidente é citada com detalhes reveladores entre relações
Gabrielle Rial
13/05/2017
A delação dos ex-marqueteiros do PT Mônica Moura e João Santana, feita a Justiça e divulgada na quinta-feira, 11, pelo STF é bombástica.
Joga no ventilador coisas até então que eram aventadas mas sem quaisquer provas de terem acontecido, e comprometem diretamente a ex-presidente Dilma Rousseff.
Em detalhes reveladores, Mônica Moura por exemplo, fala sobre sua relação com Dilma e como a ex-presidente tratava questões ligadas a Lava Jato.
A ex-presidente e a marqueteira, criaram a pedido de Dilma, uma conta de email fictícia para que pudessem conversar.
As mensagens não eram enviadas pela Web, apenas escritas e salvas em rascunho.
Mônica e Dilma tinham a senha e se comunicavam assim, entravam, liam e deletavam depois.
Mas a marqueteira gravou cada uma das conversas.
Em uma delas, Dilma diz que um amigo estava doente, indo para o hospital, e pior, sua esposa também estava doente.
Isto serviu para avisar ao casal, que havia contra eles um mandado de prisão.
Hospital era o termo usado na ditadura, para que os opositores do regime se referissem a prisão.
O amigo doente era João Santana e a mulher Mônica, sua esposa.
O casal foi preso em 23 de fevereiro de 2016, depois de voltarem ao Brasil de uma viagem internacional.
Foi na 23ª fase da Lava Jato, deflagrada em 22 daquele mês.
Eles deveriam ser presos mas não foram localizados. Dilma teria os orientado a fugir e não voltarem ao Brasil.
Mas o casal preferiu responder as acusações. Desembarcaram em Curitiba no dia 23 de fevereiro e se entregaram na sede da PF.
Ficaram presos por mais de um ano e negociaram delação com o Ministério Público.
Os detalhes da delação, que jogam literalmente o nome de Dilma no ventilador, revelam que a então presidente tentou obstruir a Justiça, repassando informações privilegiadas a eles sobre quem seria detido na operação.
Outros detalhes foram revelados e são perturbadores.
Um deles, que Dilma quis ser candidata em 2014, mesmo com Lula querendo voltar a presidência.
A petista acabou ganhando a disputa interna no PT, ganhando nas urnas com o apoio discreto do ex-presidente, mas sofreu Impeachment depois por sua inabilidade politica.