Entenda maior e mais grave situação da historia recente
Ester Marini
Guilherme Kalel
Leandro Goldman
Gabrielle Rial
Reportagem Especial
18/05/2017
A quinta-feira tem sido de tensão em Brasília.
Seus politicos vivem um clima de incertezas e nervosismo, querendo saber como solucionar a maior e mais grave crise politica já registrada na historia recente do Brasil.
Agora não são mais senadores ou deputados somente, as delações que chegaram ao Supremo Tribunal Federal, datam ações do atual presidente da república, Michel Temer, como também partes de um mega esquema criminoso.
Para entender tudo o que está acontecendo, é necessário se fazer uma completa avaliação e retomada do que já se sabe, do que já se foi e o que pode acontecer.
O caso
Na noite desta quarta-feira, 17, a crise foi instaurada.
O Jornal O Globo do Rio de Janeiro, publicou uma reportagem na qual os donos do frigorífico JBS, maior produtor de carnes do país, reiterava terem gravado conversas comprometedoras de politicos.
O senador do PSDB Aécio Neves, teria sido gravado em um áudio pedindo propina de R$ 2 Mi, para pagar sua defesa na Lava Jato.
O senador responde a seis inquéritos na operação.
O presidente da república Michel Temer também foi citado.
Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse ter gravado em março uma conversa com o Presidente.
Nesta, Temer dá aval para que seja comprado o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha, do PMDB, para que ele não fizesse nem uma delação.
Cunha está preso desde outubro do ano passado, pela operação Lava Jato, e foi condenado em março deste ano pelo Juiz Federal Sérgio Moro.
Em outro trecho da delação, os irmãos Batista contam que conversando com Temer, teriam sido indicados para procurarem o deputado Rodrigo Loures, intermediário
de Temer entre eles, para resolverem questões da JBS e da JEF, empresa que controla o frigorífico, junto a órgãos governamentais como Receita, Ministério da Fazenda, Cade, entre outros.
Rodrigo ainda teria recebido uma mala de R$ 500 Mil, pagos por Joesley, em que parte deste recurso seria destinado a Cunha na prisão.
O que dizem os envolvidos
Michel Temer emitiu nota nesta noite de quarta-feira, dizendo que nunca autorizou ou conversou com ninguém, para comprar o silêncio de Eduardo Cunha.
O Presidente disse ter recebido Joesley para uma conversa, mas que este assunto jamais foi abordado no diálogo.
Pela manhã de quinta, Temer teria dito a politicos que estava sendo vítima de uma conspiração para derruba-lo do poder.
Aécio Neves disse que está com a consciência tranquila.
Disse que nunca pediu recursos ilegais para usar em benefício próprio ou de outra pessoa.
O que aconteceu
Diante das delações feitas pela JBS m 10 de maio, e da divulgação antecipada delas pelo Jornal O Globo, antes que o STF as homologasse, o Ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato e responsável pelas homologações ou não das delações, determinou uma mega operação hoje.
Desde as primeiras horas da manhã, Ministério Público e Policia Federal, cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão.
A irmã de Aécio Neves, Andreia Neves, foi um dos alvos e foi presa na região metropolitana de Belo Horizonte nesta manhã de quinta-feira, 18 de maio.
Já o senador, teve prisão preventiva pedida pela Procuradoria da República, mas o pedido foi negado pelo STF.
Fachin afastou Aécio do Senado, e Loures da Câmara Federal, mas não autorizou prendê-los.
Diante das graves denuncias que pesam contra o presidente do Brasil, Michel Temer, aliados e opositores ficaram apreensivos e sustentam que o governo não se mantém.
A oposição já protocolou em menos de 24h, três pedidos de Impeachment contra o presidente.
Por outro lado, aliados de Temer ameaçam deixar a base se o presidente não renunciar.
Michel Temer por sua vez, disse não ter disposição a renuncia, e que vai mostrar ao povo que não fez nada de errado na administração e condução do país.
O que pode acontecer?
Se Michel Temer for cassado ou renunciar a seu cargo, o país vai viver uma situação inédita.
Será a terceira troca de presidentes, dentro de um único mandato, vez que a presidente Dilma Rousseff, foi cassada pelo Impeachment no ano passado, dando caminho para que Temer assumisse.
A constituição não prevê novas eleições diretas, pois já se fizeram 2 anos das últimas.
Então, previsto em lei, deve acontecer uma eleição indireta para presidente, em que os votantes são os 513 deputados e 81 senadores.
Para ser eleito, o candidato precisa ter 298 votos.
Se em três turnos de votações ninguém atingir esta maioria, ganha aquele que tiver a maior contagem.
Para se candidatar, o candidato precisa ter 35 anos ou mais, ser filiado a algum partido politico e não ter condenação por órgão colegiado na Justiça.
Só que administrar o país, com a saída de Temer não será nada fácil.
Vai ser preciso habilidade politica para se governar. O futuro próximo presidente do Brasil, governaria até o fim de 2018, ano em que devem acontecer novas eleições diretas em outubro.