JEF não aceita pagar R$ 11 Bi por acordo de leniência
Gabrielle Rial
20/05/2017
O Grupo JEF, controlador da JBS, não aceitou pagar a quantia de R$ 11 Bi ao Ministério Público para assinar um acordo de leniência, que vinha sendo costurado desde fevereiro.
Com isso, a empresa não estará livre de punições eventuais, durante as investigações da Lava Jato.
A empresa propôs pagar a quantia de R$ 1 Bi, e depois R$ 1,4 Bi, mas o MP não aceitou.
A Procuradoria queria o pagamento de R$ 11,69 Bi, dividido pelo prazo de 10 anos, o maior valor de multas cobrado dentro da Lava Jato.
O montante, representa 5,8% do faturamento da empresa, no ano de 2016 segundo o MP.
Pela lei, as multas podem chegar até 20% do faturamento do ano anterior, relembraram os procuradores.
O não aceite por parte da empresa, significa que ela não vai colaborar com a Justiça e que estará sujeita a punições.
Mas seus executivos e donos, que já acertaram a delação premiada, que inclusive foi homologada, nada tem a ver com este processo.
Juntos, pagarão multa de R$ 225 Mi, e ficarão de fora das investigações e condenações, em troca de contarem tudo que sabem e apresentarem as provas da delação, o que já fizeram.
No caso da Leniência da empresa, a JEF faria uma delação no sentido empresa, através de seu CNPJ e não seria punida.
Com a não delação, a empresa vai sofrer sanções, e pode inclusive ser processada por operações ilegais.
A pior coisa que pode acontecer neste caso, é a JEF ser condenada ao fechamento pelas autoridades.
Se isso acontecer, todas as empresas controladas pelo grupo deixariam de existir ou precisariam ser vendidas a uma outra marca para continuarem atuando.
Além da JBS, a JEF controla marcas de calçados, indústria de celulose e o Banco Original.