Opinião - O melhor caminho para o Brasil

Opinião - O melhor caminho para o Brasil
Guilherme Kalel
20/05/2017


Na última quinta-feira, 18, o Supremo Tribunal Federal, honrou com seu papel constituinte e revelou a nação o que todos queríamos saber.
O áudio gravado por Joesley Batista, dono da JBS, de uma conversa entre ele e o presidente da república Michel Temer, do PMDB.
Na conversa, Batista fala diversos assuntos com o presidente, mas a maior parte deles ligados a Lava Jato.
Diz que estão o investigando e que dois juízes estão sendo subornados por ele.
Depois fala ainda, que conseguiu um procurador dentro da operação, que repassa a ele informações por R$ 50 Mil mensais.
Ainda vai além, e fala que acertou todas as pendências com o deputado cassado Eduardo Cunha, diz então que está de bem com o ex-parlamentar e Temer então diz a frase que o condenou aos olhos de todos.
"Tem que manter isso viu."
Isto se refere a se manter bem com Cunha, porque segundo os investigadores, o deputado cassado poderia fazer uma delação.
Se mantendo bem com ele, seria continuar por pagar o ex-parlamentar por seu silêncio, destacam os investigadores.

O áudio tem 39 minutos de duração, e mostra Temer ouvindo Joesley confessar uma série de crimes.
O que poderia ter feito o presidente?
Ter acionado sua equipe de segurança, e mandado deter imediatamente o empresário.
Ter levado o caso as autoridades e ter o denunciado a Justiça.

O que fez o presidente? Nada. Ouviu os detalhes, concordou com alguns pontos e seguiu a conversa.
Sua Assessoria informou que Michel Temer não acreditou nos relatos, porque não poderia crer que juízes e membros do Ministério Público, estariam se sujeitando a serem comprados por Joesley como ele mencionou.
De fato, a situação do presidente se complica, muitos documentos, depoimentos e relatos, datam acontecimentos que deixam todos estarrecidos.

Exemplo, que Temer teria recebido R$ 15 Mi de doações ilegais da JBS, e teria guardado R$ 1 Mi para si, no bolso.
A situação do presidente fica insustentável a cada dia mais, se a oposição quer seu Impeachment, até mesmo seus aliados estão pedindo a sua saída.
Agora, a melhor alternativa para o país, é a renuncia de Michel Temer. Seria um ato de grandeza do presidente e não de fraqueza como avaliam seus mais próximos Assessores.
Se Temer sair, ele não está confirmando o que fez ou não fez, mas está dizendo ao país que espera que logo as coisas entrem nos seus eixos.
Isso destravaria o Congresso e poderia fazer as reformas tão necessárias para o país avançarem.
Enquanto ele estiver no Planalto, a verdade é que deputados e senadores continuarão preocupados com sua saída e não com o resto do Brasil.
Com uma popularidade extremamente baixa, quanto mais ficar no cargo mais Temer perde sua influencia no Congresso, menos pode influir na sua sucessão.
Todas as benfeitorias que ele realizou ao longo de um ano intenso de governo, podem se ruir agora.
A economia pode voltar a recessão, ainda mais forte. E sem passar as reformas, o Brasil vai caminhar para uma crise quilométrica bem pior do que a deixada pelo PT.

Se Michel Temer tiver um gesto de grandeza e pedir para sair, o Brasil vai poder ter um novo presidente.
Eleito de forma indireta, pelo Congresso Nacional, porque é assim que manda a Constituição.
Mas há chances de que o novo presidente possa lhe dar melhor do que Temer com a crise atual.

Até a última segunda-feira, 15 de maio, esta opinião era que Temer não poderia sair.
Seria arriscado deixar uma outra pessoa entrar em seu lugar, pondo em risco suas reformas, com a avaliação de que ele teria o mandato cassado pelo TSE, na ação da chapa Dilma Temer.
Mas dois dias depois, a situação mudou.
Agora não é mais uma opção, que pode ou não ser tomada pelo TSE, a saída de Michel Temer é necessária e extrema, para que possamos não perder o que conquistamos
ao longo dos últimos 12 meses.

Mas também é importante que com sua saída, entre uma pessoa correta, com um governo equilibrado. Neste sentido é essencial que alguns integrantes do governo
atual permaneçam em seus cargos, para dar sinais a Economia de que trocou o presidente, mas o compromisso segue o mesmo.