Itaipava usou cerveja para mandar dinheiro a Caixa 2 de campanha

Itaipava usou cerveja para mandar dinheiro a Caixa 2 de campanha
Leandro Goldman
17/04/2017


Em meio a tantas delações feitas por executivos da Odebrecht uma em especial chama a atenção.
Um dos delatores contou a Justiça em detalhes, como funcionava um esquema que desviava caixa 2 de cerveja, para campanhas eleitorais.

A cerveja produzida pela Itaipava, era o pivô de todo o esquema.
Em 2007, a cervejaria instalou um esquema dentro da companhia, que passou a dividir as cervejas produzidas na fábrica.
Enquanto parte dessas cervejas eram comercializadas legalmente, outra parte chegava ao mercado sem pagar impostos.
Essa arrecadação era desviada e transformada em caixa 2, e abastecia campanhas eleitorais.
Em 2007, o esquema movimentou R$ 25 Mi, e em 2008, ano eleitoral, este número saltou para R$ 73 Mi.
O problema é que a Receita Federal se tornou mais dura na fiscalização, e a Itaipava entrou na mira dos fiscais.
Tiveram de parar com o negócio que começou oficialmente em 2007, mas que na prática vinha sendo adotado desde 2006, quando a Itaipava e a Odebrecht se uniram para pagar propina.

Todo dinheiro desviado arrecadado pela cervejaria, chegava por um banco estrangeiro a contas da Odebrecht. E esse dinheiro era dividido entre politicos.
Parte dele, foi tentado usar na compra de um dossiê ccontra o candidato ao governo de SP, José Serra.
Membros do PT queriam o documento e foram presos ao tentarem compra-lo. O escândalo da época, custou caro, e quase identificou a cervejaria.
Nos papéis apreendidos havia um timbrado da Itaipava, mas por alguma razão isso foi deixado pra lá e nunca investigado da maneira como deveria ser.

Em nota, a cervejaria rebateu as delações, e disse que jamais sonegou impostos ou deu dinheiro para a Odebrecht.
A empresa se disse idônea contrariando as delações feitas.
Politicos citados nesta delação como receptores da propina, não quiseram comentar o caso. Este foi apenas um dos diversos reveladores, que a empreiteira fez e que na semana passada foram divulgados pelo STF.