Deputados rejeitam denúncia e livram Temer de responder a processo no STF
Agora Presidente só poderá responder por corrupção ao deixar o mandato
Ester Marini
De Brasília
Por Kester 10 G
03/08/2017
Na noite desta quarta-feira, 2, os deputados federais livraram por 263 votos a favor, e 227 contra, o Presidente Michel Temer de responder a processo por corrupção passiva no Supremo Tribunal Federal.
A sessão, que se arrastou ao longo de toda quarta-feira, terminou pouco depois das 21h30, com o voto de 492 dos 513 deputados.
O Presidente da casa, Deputado Rodrigo Maia, não votou como prevê o regimento.
Os deputados arquivaram a denúncia apresentada em maio pela Procuradoria Geral da República, em que Michel Temer é acusado do crime de corrupção passiva, com base nas delações de Joesley Batista, dono da JBS.
Ele gravou em março, o Presidente em conversas comprometedoras, no que se refere a Lava Jato e também a vantagens ilegais a JBS no Cade e no BNDS.
Com o arquivamento do caso, Temer só vai responder pelo crime quando deixar seu mandato presidencial.
Até lá, o caso ficará sobrestado, ou seja, sem que corram os prazos, no STF.
Ao não ser mais Presidente e perder o foro privilegiado, Michel Temer então terá a denúncia encaminhada do STF para um Juiz de Primeira Instância, quem vai definir o futuro do politico.
Para conseguir o apoio necessário e barrar a denúncia, Temer teve de trabalhar e articular muito nos últimos 2 meses.
Além de reunificar sua base, o Presidente ainda precisou convencer deputados indecisos a votarem com o governo.
Com barganha de cargos, emendas parlamentares e o que mais pudesse oferecer, a estratégia acabou dando certo.
Uma das maiores derrotas para o governo porém, foi ver 21 deputados do PSDB, partido que integra sua base, votarem contra o Presidente e a favor do prosseguimento da denúncia.
O partido não fechou questão e deixou seus parlamentares livres para votarem conforme suas convicções.
Mas isso ascendeu uma luz vermelha, e fez os deputados da base cobrarem uma posição de Temer contra o partido.
Principalmente o chamado centrão, tem exigido que Temer tome os Ministérios do PSDB, e redistribua-os.
Antes da votação, o Presidente tinha dito que não mexeria nos cargos dos tucanos, mas agora isso pode mudar.