Psol protocola pedido de Impeachment contra Temer
Guilherme Kalel
29/11/2016
Parlamentares do Psol protocolaram nesta segunda-feira, 28, um pedido de Impeachment contra o presidente da república Michel Temer.
O partido acusa o presidente de ter cometido crime de responsabilidade, ao atuar no caso Geddel.
Para os parlamentares, Temer tentou forçar um Ministro a agir em benefício próprio do outro, contrariando leis e tentando usar do peso de seu cargo para beneficiar terceiros.
Isto na visão dos parlamentares do partido foi um verdadeiro tráfico de influências, e um crime de responsabilidade cometido pelo presidente da república.
Para a base de Michel Temer, não houve crime de responsabilidade, mas sim uma tentativa do presidente em resolver uma questão que colocou em conflitos gabinetes de sua administração.
Para a base, o pedido deve ser rejeitado por Rodrigo Maia, presidente da Câmara e quem deve analisar a proposta e decidir se aceita ou rejeita o pedido.
Em dezembro do ano passado, o então presidente Eduardo Cunha aceitou um pedido de Impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
Este pedido aceito, mais tarde se transformou no Impeachment propriamente dito pela presidente, ao ser condenada por ter cometido crimes de responsabilidade nas contas públicas.
Dilma cometeu as chamadas pedaladas fiscais, e editou decretos de suplementação financeira sem autorização do Congresso.
Caso Geddel
Em 18 de novembro o então Ministro da Cultura Marcelo Calero, pediu demissão do cargo.
Para justificar sua saída, ele alegou estar sofrendo pressão de Geddel Vieira Lima, para liberar a construção de um edifício de luxo em Salvador.
Geddel tinha comprado um imóvel na planta deste edifício, mas a obra foi embargada pelo Iphan por causa de sua altura, 31 andares.
Como o Iphan é subordinado a Pasta da Cultura, Marcelo Calero alegou ter sido pressionado por Geddel para liberar a obra.
Em depoimento a Polícia Federal nesta semana, o ex-ministro confirmou que reportou a situação ao presidente Michel Temer.
Numa reunião a portas fechadas, Temer pediu que Calero resolvesse a questão e atendesse ao pedido de Geddel, o que motivou sua saída.
Marcelo Calero deixou a Pasta e para seu lugar assumiu Roberto Freire, mas a obra permaneceu embargada.
Nesta sexta-feira, 25, uma semana depois do escândalo ter se tornado público e depois do presidente Temer dizer que Geddel ficaria no governo, o Ministro pediu
para sair do cargo.
Geddel pode ser investigado pela Procuradoria-geral a República, para verificar se houve tráfico de influência sobre o Ministro Calero.
Se comprovada a prática ele pode inclusive ser processado pelo crime.