Crise interna com saída de Calero só agrava dentro do governo Temer
Ester Marini
21/11/2016
Na semana passada o então Ministro da Cultura Marcelo Calero, pediu demissão de seu cargo depois de ter divergências com Geddel Vieira Lima, Ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer.
Geddel é um dos nomes mais fortes do presidente, e foi um dos principais articuladores no processo de Impeachment da ex-presidente Dilma.
Ao sair de seu cargo, Calero acusou Geddel de ter o pressionado para liberação de uma obra na Bahia, para um condomínio de luxo em que o Ministro havia adquirido um imóvel.
Marcelo Calero disse que não cedeu a pressão e por esta razão decidiu se demitir na sexta-feira, 18 de novembro.
Para seu lugar, o presidente Michel Temer já nomeou Roberto Freire, do PPS, que era deputado federal até então.
Nesta segunda-feira, 21, a Comissão de Ética da Presidência da República, vai se reunir no Planalto para avaliar a conduta de Geddel Vieira Lima, frente as denuncias de Marcelo Calero.
Se comprovadas, a Comissão pode recomendar que Temer demita o Ministro, mas isso não quer dizer que o presidente o faça.
A Comissão é consultiva, portanto não possue poder contra as ordens do presidente.
Mas quem está de olho em toda essa crise no planalto é a oposição. Deputados e senadores do PT, já ameaçam chamar Geddel Vieira Lima ao Congresso Nacional para dar explicações sobre as pressões exercidas sobre o Ministro demitido.
Para quem julgava que a crise se apagara com a saída de Calero, se enganou. Ela se tornou foi ainda mais aguda com as declarações do agora ex-ministro.