Instituto do Câncer de SP inicia segunda fase de testes com Fosfoetanolamina nesta segunda
Laura Elisa
06/10/2016
O Instituto de Câncer de SP, inicia a partir desta segunda-feira, 10 de outubro, a segunda fase de testes com pacientes que buscam visar a eficácia da Fosfoetanolamina.
A também conhecida pílula do câncer, tem sido testada desde julho pelo instituto, primeiro num grupo de 10 pessoas e agora com ampliação de pessoas.
Nos primeiros resultados, avaliou-se se a pílula poderia provocar algum malefício na saúde, ou algum tipo de efeito colateral para quem pudesse a tomar.
Participam dos estudos, pacientes que estejam em estágio terminal de canceres, cujo tratamentos convencionais não surtem mais efeitos e esta se apresenta como uma esperança amais.
Na primeira fase dos estudos, em 6 pacientes a doença continuou avançando, e eles foram retirados dos estudos. Outros 4 seguem sendo monitorados, e apresentam resultados satisfatórios.
O importante se destacar nestes casos, é que em nem um dos 10 pacientes houve efeitos colaterais ou tóxicos com a substância.
O que a primeira fase da pesquisa conclue, segundo o pesquisador responsável pelos estudos no instituto, é que a Fosfoetanolamina não é tão eficaz como se dizia para todos os tipos de câncer, mas que sim, é seguro toma-la.
A partir de segunda-feira, cerca de 200 pacientes devem iniciar a segunda fase de testes da pesquisa.
Nesta, eles devem tomar a pílula e serem avaliados para saber em quais tipos de canceres a Fosfoetanolamina pode ser eficaz.
Se um grupo considerável de pessoas conseguir apresentar resultados positivos com as tomadas da substância, o total de pacientes pesquisados pode saltar de 200 para 1000.
Os primeiros resultados da pesquisa devem ser apresentados em 2 meses, portanto em dezembro de 2016.
O caso
Em 2015, uma substância desenvolvida pela Universidade de São Paulo, na cidade de São Carlos, interior de SP, passou a ser alardeada como cura para diversos tipos de canceres.
A substância não possue autorização na Anvisa para ser produzida ou comercializada como remédio, e segundo o governo federal, não foi testada em humanos para ver sua verdadeira eficácia.
Os pesquisadores da USP, alegam terem feitos testes com resultado satisfatório, principalmente em pacientes com patologias malignas, dando a estes melhor condição de vida e retirada da dor.
Além disso, a droga não apresenta os conhecidos efeitos colaterais de quimioterápicos conhecidos ou de sessões de radioterapias.
A USP distribuía as capsulas para pacientes oncológicos, mas por causa da grande repercussão que o caso tomou, deixou de fazer essa distribuição.
As pessoas passaram a ingressar na Justiça, para que a Universidade voltasse a entregar a substância o que deu certo em primeira instância.
Dezenas de liminares foram concedidas, mas posteriormente todas foram cassadas por Tribunais Regionais Federais.
A justificativa é que o medicamento não é aprovado pela Anvisa, e que não existem estudos que possam comprovar se realmente a substância cura.
Em 14 de abril de 2016, a polêmica entorno da substância ficou ainda mais forte, depois que a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 13269, aprovada na Câmara e no Senado Federal.
Pela lei sancionada, desde que compre e assine termo circunstanciado assumindo responsabilidades, qualquer paciente ou responsável pode ter acesso ao produto,
que pode ser produzido em qualquer laboratório de manipulação do país que tenha autorização da Anvisa para funcionar.
Contudo, a substância continua sem a devida autorização do órgão, que é contra a lei e seu uso, assim como a maior parte de médicos e hospitais oncológicos do país.
Em 19 de maio de 2016, em uma decisão retrógrada o STF suspendeu a lei sancionada por Dilma.
O Instituto do Câncer de SP, iniciou em junho e julho respectivamente, estudos para tentar se descobrir a eficácia da Fosfoetanolamina.
O governo federal, em outras 4 instituições federais, também iniciou pesquisas que ainda estão em testes.
Entretanto, há uma diferença entre as duas linhas de pesquisas. Enquanto as federais estão em vitro, as de SP já estão fazendo testes em seres humanos, uma vez que esta fase de vitro já foi realizada na USP, com eficácia registrada.
Foto / Portal A3
Capsulas de Fosfoetanolamina, substância alardeada como cura para canceres