Ataques de Renan blindam Ministro da Justiça
Ester Marini
28/10/2016
A recente discussão entre o presidente do Senado Renan Calheiros, e o Ministro da Justiça do presidente Michel Temer Alexandre de Moraes, acabou favorecendo o Ministro.
Com declarações polêmicas e uma insatisfação dentro do Planalto com seu trabalho, o Ministro estava na corda bamba.
Mas depois de ter sido atacado por Renan, depois da operação da Polícia Federal no Senado no último dia 21 de outubro, Alexandre de Moraes acabou se blindando.
Assessores de Temer avaliaram que uma eventual demissão do presidente a seu Ministro nesta etapa, poderia significar uma retaliação a Lava Jato, o que não pegaria bem para a imagem do presidente.
Vale salientar, que em uma entrevista recente o próprio Temer disse que estava satisfeito com o trabalho de Moraes, que é seu amigo pessoal.
Como tudo começou
A discussão entre o Ministério da Justiça e o Senado, teve inicio em 21 de outubro.
Naquela data, a Polícia Federal prendeu 4 policiais legislativos do Congresso, suspeitos de fazerem varreduras e eliminarem grampos da Lava Jato, feitos com autorização judicial.
Além dos policiais, foram apreendidas as maletas usadas para colocar e remover grampos, avaliadas em R$ 400 Mil.
Na ocasião da detenção, o Senado contestou que o mandado tenha sido dado por um Juiz de primeira instância.
Para Renan Calheiros, apenas o Supremo Tribunal Federal, poderia autorizar a PF a entrar no Senado para uma operação policial.
Nesta quarta-feira, 26, o Ministro do Supremo Teori Zavascki, deu um entendimento similar ao de Renan, e cancelou a operação, pedindo que todo material fosse enviado ao STF para análises.
É o Supremo quem definirá se a operação pode ou não prosseguir.
No meio desse caminho, Alexandre de Moraes defendeu a Polícia Federal.
Em contrapartida, Renan Calheiros atacou não apenas a polícia, mas o Ministro da Justiça e os juízes incluindo o que deu a ordem.
Isso gerou repercussões negativas, inclusive manifestações da Ministra Carmem Lúcia, presidente do STF.