Historia de superação - Kester vai conhecer de perto vida de pequena guerreira que luta contra doença cardíaca e câncer

Historia de superação - Kester vai conhecer de perto vida de pequena guerreira que luta contra doença cardíaca e câncer
Leandro Goldman
Reportagem Especial
11/01/2017


O dia era 18 de janeiro, a hora era 8h45 da manhã e o ano 2014.
Depois de uma gravidez tranquila de oito meses de gestação, a jovem Natália deu a luz a sua primeira filha, quem deu o nome de Fernanda, na cidade de Porto Alegre, no RS.
A criança nasceu e teve complicações nas primeiras horas de vida, tendo uma parada nos braços da mãe.
O desespero começou ainda no hospital, enquanto os médicos tentavam reanimar a bebê.
Depois de conseguirem, a criança foi para a UTI, onde ficou internada seus primeiros 65 dias de vida.
Todos os dias, a mãe passava horas e horas no hospital, orando para que Fernanda Vitória deixasse a unidade de saúde e pudesse em fim conhecer sua casa.
Depois de um longo processo, a família conseguiu levar a criança para a sua residência.
Mas junto a bebê, uma série de recomendações médicas que precisavam ser seguidas.
Fernanda possue um bloqueio em um dos ventrículos do coração, o que dificulta o funcionamento correto do sistema elétrico do órgão.
Para corrigir o problema, é necessário além de medicamentos, uma cirurgia que hoje estaria orçada em quase R$ 25 Mil, já que a família não possue plano de saúde.
Pelo SUS o procedimento é realizado, mas a menina aguarda há um bom tempo na fila para que o processo seja feito.

A vida de Fernanda sempre foi alternada, dias em casa e dias no hospital, com a mãe Natália e o pai Anderson, se dedicando exclusivamente para a bebê.
O correto era esperar que ela completasse seis meses de vida, para que a cirurgia fosse realizada. Mas quando chegou nesta idade, a falta de recursos impediu a operação.
Fernanda passou a contar com a própria sorte, segundo relatou a mãe a Reportagem do Portal A3, que esteve na casa da menina nesta terça-feira, 10.
No ano passado, Fernanda começou a ter febre e um quadro de infecções. Os médicos descobriram que a menina estava com um linfoma, o que agrava ainda mais seu quadro de saúde.
Fernanda passou a ser submetida a radioterapia, apesar de ser tão pequena e a quimio. Mas os tratamentos deixaram o coração da pequena ainda mais debilitado.
A luta tem sido ainda mais constante desde julho de 2015, quando o problema cancerígeno veio a tona. E a família perdeu o chão, demorando para se recuperar do baque.

A historia de vida da pequena, que já teve ao menos três paradas cardíacas desde que nasceu, e que agora luta contra um linfoma ferozmente para sobreviver, comove.
O Portal A3 teve conhecimento por meio de uma das médicas que acompanhou o desenvolvimento da criança, e quis conhecer um pouco mais sobre Fernanda e sua família.
Por esta razão, esteve em sua casa nesta terça-feira, conhecendo um pouco mais das necessidades da bebê, que na semana que vem completará 3 anos de vida.
Para a mãe Natália, Fernanda é um milagre. "Os médicos falavam que ela precisava aguentar os seis meses, depois que não ia chegar ao primeiro ano, mas ela está aí.
Sofremos muito quando descobrimos o linfoma, mas ainda ela nos alegra todas as manhãs com o seu sorriso."

Encantadora, a menina sorri o tempo todo e tenta andar e brincar pela casa.
Adora o cavalinho de brinquedo na cor rosa que possue e que ganhou do pai, também gosta das bonecas e de bolo de aniversário.
Pede para a mãe fazer um no dia 18, o que com certeza Natália vai atender.

Mas a vida da mulher, filha e marido, não tem sido fácil.
Por causa da doença da filha, Natália não pode mais trabalhar e se dedica o tempo todo para a criança.
Anderson ficou desempregado em outubro do ano passado e ainda não conseguiu se recolocar no mercado de trabalho.
A família mora em uma casa simples nos fundos da casa dos pais de Natália, porque não tinha mais condições de pagar o aluguel.
No local de três cômodos, o casal se acomoda como pode e recebe ajuda dos pais da moça para sobreviver.
"Sabemos o quanto a Fernanda precisa deles, principalmente da Natália, então ajudamos com o que podemos", conta o pai da moça, que é aposentado com a esposa.