Crise segue no AM após rebeliões e morte de 56 presos
Agora, MP quer suspender contratos com administradoras penitenciárias
Leticia Corsi
05/01/2017
O Ministério Público quer suspender os contratos com as empresas que administram serviços penitenciários no Amazonas, informou documento da procuradoria nesta quarta, 4.
O documento, encaminhado ao Tribunal de Contas do estado, pede suspensão dos contratos por superfaturamento nos pagamentos do governo para as empresas.
Para o MP, muitas dessas empresas fizeram doações para o governo em campanha eleitoral, e estariam recebendo valores acima dos permitidos para os gastos com presos.
Os valores, que ultrapassam R$ 4,7 Mil por preso, seriam superfaturados e não estariam sendo empregados nas melhorias de presídios administrados pelas empresas.
A prova disto, foram as rebeliões que aconteceram no estado nos dias 1 e 2 de janeiro, onde 60 presos foram assassinados, 56 deles em uma única unidade prisional.
Em nota, o governo disse que não comentaria o caso porque não havia sido notificado pelo Tribunal de Contas.
Mas reiterou que tudo está dentro da legalidade para que as empresas administrem o setor.
Uma das empresas que faz a administração, disse que corrobora com as autoridades e que lamenta o ocorrido em uma das cadeias que administra.
A empresa negou receber superfaturamento, e disse que o valor pago pelo governo do estado por preso, fez parte de um processo de licitação.