Fosfoetanolamina é eficaz no combate a cancros cerebrais, diz pesquisa de médica brasileira

Fosfoetanolamina é eficaz no combate a cancros cerebrais, diz pesquisa de médica brasileira
Giovana Miccelann
Enviada especial a Los Angeles
11/01/2017


No segundo dia de Congresso Internacional de Combate aos Tumores Cerebrais, um assunto polêmico entrou na pauta de discussões.
Trata-se da Fosfoetanolamina, uma substância desenvolvida por um pesquisador da USP de São Carlos, no interior de São Paulo, alardeada como cura para diversos tipos de canceres.
A substância era distribuída pela USP gratuitamente, mas a partir de 2015 se gerou uma grande polêmica no entorno das cápsulas.
Sem a autorização da Anvisa como remédio, as cápsulas pararam de ser produzidas e o governo começou testes para ver a eficácia do produto.
Em vitro, os testes do governo federal ainda estão longe de serem concluídos.
Já o governo de SP, já faz testes em seres humanos, que aguardam os resultados finais previstos para serem apresentados neste ano.

No Cictc, a médica brasileira Karen Maryanna chegou a apresentar a substância em janeiro de 2016, e pedir testes para comprovar ou não sua eficácia.
A médica apontou, que a substância era promissora porque não apresentava efeitos colaterais de uma quimioterapia, e que era capaz de dar sobrevida maior a pacientes em fase terminal da doença.
Com seu afastamento do Cictc em março, a pesquisa foi paralisada. Mas em novembro do mesmo ano, retomada para ser avaliada agora em 2017.
Pelos dados apresentados pela neurooncologista o Congresso, pacientes que se submeteram ao tratamento com a Fosfo, não apresentaram efeitos colaterais ou dependência da medicação.
Isto quer dizer, que o medicamento não faz mal para pacientes que o tomem, mesmo se a caso não surtir o efeito esperado na hora.
Dra. Karen reiterou, que o objetivo da tomada da Fosfoetanolamina, é manter o paciente vivo por mais tempo, diminuindo os efeitos da doença.
Disse que ainda é longe para saber se o medicamento cura, mas ele se mostra eficaz.
Um grupo de 10 pacientes está fazendo o uso da substância, sendo avaliado pelo Cictc mensalmente. Nesta terça-feira, Dra. Karen pediu para ampliar esta gama para 20 pacientes, todos em fase terminal de tumor cerebral de origem maligna.
A proposta foi amplamente debatida e aprovada por ampla maioria dos médicos presentes. Apesar de enfrentar um certo restritismo por médicos conservadores, a
maior parte dos presentes acha que são válidos os testes para se comprovar a eficácia e a liberação do novo fármaco.