Rodrigo Maia pede que STF julgue pedido de Impeachment de Michel Temer
Guilherme Kalel
13/12/2016
Em dezembro do ano passado, o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, aceitou pedido de Impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff.
Uma comissão foi montada e a admissibilidade do processo foi aceita por ampla maioria de deputados em abril.
O processo seguiu para o Senado Federal, e em maio Dilma se tornou ré na ação de Impeachment, sendo afastada da presidência.
Assumiu em seu lugar o vice, Michel Temer, que se tornou presidente interino.
Em 31 de agosto, Dilma sofreu o Impeachment depois de ser julgada e condenada no Senado por crime de responsabilidade, perdendo seu cargo.
Temer se tornou presidente efetivo e dirige o país até os dias de hoje.
Mas em janeiro de 2016, portanto um mês depois do processo contra Dilma Começar a tramitar, um advogado protocolou um pedido de Impeachment contra Temer.
A razão do processo, Temer teria enquanto vice-presidente, também assinado decretos suplementares sem autorização do Congresso ao substituir Dilma.
Se ela sofreu Impeachment por conta desses decretos que ela assinou, Temer deveria no entendimento do advogado passar pelo mesmo.
A Câmara arrastou o processo e o advogado ingressou no STF. O Supremo determinou em abril que uma comissão fosse montada para analisar o pedido.
Mas a Câmara nunca instaurou a comissão.
Oito meses depois, em novembro, o Ministro Marco Aurélio Mello, recebeu questionamento do advogado autor do pedido, sobre por qual motivo sua decisão liminar não fora cumprida pela casa de leis brasileiras.
Mello cobrou na semana passada a Câmara, que respondeu nesta segunda-feira, 12.
Para o presidente da casa Rodrigo Maia, o Brasil vive uma situação sem precedentes e não cabe aos parlamentares incendiarem ainda mais o problema.
Maia pede então, que o Ministro leve o caso ao plenário do Supremo, para que os ministros em conjunto possam decidir.
Se a maioria votar pela instalação da comissão, a Câmara o fará, mas se votarem pelo arquivamento, o processo não prossegue.
Esta decisão do STF, chega num momento que pode ser considerado decisivo para o Brasil.
O governo Temer enfrenta uma grave crise e parece não se manter por muito tempo de pé.
Delações premiadas da Odebrecht, atingem o governo em cheio inclusive na figura do próprio presidente.