Presos comandam crime organizado de dentro de cadeias no Paraná
Reportagem Especial
14/12/2016
A repórter Alana Araújo de Curitiba no Paraná, que faleceu no último 10 de dezembro em um acidente com demais integrantes do GARC, elaborou antes de sua morte a
reportagem a seguir.
O Portal A3 Noticias averigua uma série de denuncias feitas por leitores do estado do Paraná.
O aumento de crimes cometidos com anuência de presos dentro das cadeias do estado, tem crescido embora o governo não goste de tratar o tema.
É como se todos soubessem da realidade, mas se negassem a acreditar ou fazer qualquer coisa suficiente para muda-la.
Pessoas recebem em suas casas ligações.
Do outro lado da linha, conhecidas táticas de incurtir o medo nas pessoas para que possam fazer exatamente o que os criminosos querem.
Pedido de dinheiro, depósito para sequestros falsos, ou ainda pedido de cartões para chips de celulares.
São os mais diversos narrados que podemos averiguar no Paraná e em boa parte do Brasil.
Se sabe que tais ligações partem de dentro de cadeias, onde o crime organizado rola solto, mas nada é feito para mudar tal realidade.
No Paraná, onde a população carcerária está abarrotada, faltam espaços mas todos os dias chegam novos presos, por diversos crimes cometidos.
E cresce com isso, o comando do crime de dentro das celas, com o uso de aparelhos celulares.
A Reportagem do A3, flagra em uma visita, a comercialização de aparelhos com linhas e crédito dentro de uma cadeia no interior do estado.
O caso foi denunciado e o local não será exposto para não atrapalhar as investigações.
A luz do dia, carcereiros de muitas cadeias paranaenses, assistem aos presos usarem os celulares sem fazerem nada para impedir.
Com esse uso, acessam as redes sociais, traçam metas para que possam cometer crimes e conversam com outras cadeias do estado e do país.
As facções criminosas controlam as penitenciárias, e por meio dos usos celulares tem sua vida facilitada para agirem de forma livre.
A denuncia do Portal A3 chegou ao governo do estado do Paraná.
Em nota, a Secretaria de Assuntos Penitenciários disse que vai averiguar as afirmações e os dados que foram repassados.
A Pasta ainda disse que trabalha constantemente para inibir este tipo de situação, que tem na sua visão diminuído em todo estado.
Na contramão do que dizem, a realidade mostra algo diferente.
O caso por exemplo de Fernanda, nome fictício de uma jovem de 23 anos de idade, que perdeu mais de R$ 300,00 no mês passado.
Foi vítima de um golpe, de uma ligação que recebeu de uma cadeia da região norte do estado.
Conseguiu identificar o número, passou para a polícia ao fazer a denuncia depois que descobriu se tratar de um golpe, mas nada foi feito.
"Ligaram e disseram que tinham sequestrado minha mãe, para solta-la passaram três linhas onde deveria inserir R$ 100,00 de créditos em cada.
Desesperei porque o telefone de minha mãe acabou a bateria, era tarde e eu não consegui falar com ela. Fiz as recargas pelo site do banco, perdi os R$ 300,00
depois de descobrir que minha mãe estava bem", contou ela.
Colaborou Mariana Monary